segunda-feira, outubro 19, 2009

Tempo e espaço a favor do craque

O sucesso de Pet no Flamengo não é reflexo do baixo nivelamento, na minha opinião. Claro que o filé está na Europa. Mas isso não significa que aqui só tenha osso duro.

Veteranos como o sérvio, de alta qualidade técnica, brilham no Brasil, a meu ver, porque por aqui o jogo é mais lento. Aqui há mais espaço e mais tempo para pensar.

Na Europa, pelo fato dos times serem mais compactados, mais ajustados, mais agrupados, o campo fica menor e a marcação é constante.

Mal comparando, entendo que o futebol brasileiro de hoje seja um futebol dos anos 50/60, perto do dinâmico e moderno futebol praticado no Velho Mundo.

Em resumo, se derem tempo e espaço aos craques, arquitetos da bola, as jogadas serão construídas. Por isso, penso eu, Petkovic tem jogado o que tem jogado.

6 comentários:

Rafael Andrade disse...

É realmente um bom motivo. Mas, no jogo de ontem, por exemplo, o Edmilson foi a campo com a missão de marcar o Pet, no entanto ele não conseguiu. A questão pra mim é que estava faltando no futebol brasileiro meias "pensantes", que param a bola, levantam a cabeça e procuram a melhor opção antes de passa-la. Só tinhamos por aqui jogadores de meio ou com velocidade, ou com força fisica (caso do Diego Souza por exemplo). E esses caras "pensantes" fazem muita diferença, como o Pet, o Ricardinho, o Gilberto, pois esses caras pouco correm, mas dão velocidade e dinamismo aos seus times com velocidade e qualidade no toque de bola.

DêJota disse...

Olá Carlão, rapaz, eu faço outro tipo de análise. Não acredito muito nesse espaço todo. Pelo que vejo, acredito que o jogo no Brasil mudo de foco. Muitos "fortões" estão jogando. Tem cara por aí que num jogaria na várzea e é jogador profissional. Quando se tem a força como prioridade, o talento acaba ficando em segundo plano. Então quando um Pet bota pra jogar, logo se destaca. ntes, eram muitos craques no Brasil e então para se destacar tinha que jogar um absurdo de bola. Hoje não é mais assim. Sendo bem específico, entregue uma bola para Toró e Airton e peça para que eles façam umas embaixadas para ver no que dá...

valeuuu

http://camisa09.blogspot.com/

Carlos Pizzatto disse...

A discussão é bastante válida.

Nos grandes centros da Europa (talvez a Espanha fuja um pouco disso), não há tempo para receber a bola, virar de frente, e erguer a cabeça para procurar uma opção.

Ou melhor: o tempo é bem mais curto.

Tenho esta impressão.

Raul Torres disse...

O Pet sempre foi bem fora do comum. Não me espanta ele fazer lances de pura genialidade técnica, o que tem me espantado é a vontade que ele não apresentou no Santos, por exemplo.

Falei do talento do PET lá no blog.

Abs!
http://nopiquedabola.wordpress.com/

Vinicius Grissi disse...

Concordo em termos. Em alguns países da Europa, o jogo é tão ou mais lento do que aqui.

Mas, de fato, sobra espaço para quem realmente sabe jogar. Principalmente, pois estes sabem se posicionar e "encurtar" o caminho da bola.

Unknown disse...

Não sei se o motivo seja esse... Que o futebol europei é mais compacto isso é verdade, mas antes de ir pro Flamengo, Pet teve passagens pelo Atlético-MG e Goiás pífias.

Talvez a vontade se aliou aos espaços dados nos gramados do futebol nacional.