quarta-feira, setembro 29, 2010

O melhor 'playmaker' está aqui

Após nove dias ausente, retorno ao blog pautado pela volta dos camisas 10 aos campos, graças ao Redação SporTV desta quarta, que citou esta reportagem de capa da Four Four Two. Não tenho a revista em mãos, mas aproveito o gancho para abordar o tema.

Em atividade no Brasil temos D'Alessandro, Douglas, Conca, Montillo, Valdivia e Bruno César. Não sei se outros nomes como Giuliano, Souza, Deco, Maicosuel, Carlos Alberto, Elias, Lucas e Diego Souza podem ser classificados 'camisas 10'. Podem?

Já nos gramados da Europa desfilam jogadores da estirpe de Sneijder, Xavi, Özil e Fábregas. Se você considerar estes '10', ainda tem Lampard, Gerrard, Kaká, Iniesta e Ronaldinho. Messi não conta, joga em qualquer posição, cumpre qualquer função. É gênio.

De volta ao lado de cá, existe outro 'playmaker' que, para mim, supera todos os lembrados neste post, em especial por sua técnica e sua inteligência tática: Paulo Henrique Ganso. Messi não conta.

É evidente que o craque da Vila não tem a estrada da maioria, tampouco enfrentou as potências do Velho Mundo. É óbvio também que posso me enganar redondamente. Porém não quero esperá-lo virar o destaque de uma campanha vitoriosa de Champions League para considerá-lo o melhor meia do planeta.

Na minha opinião camisa 10 da classe, da elegância e da categoria de Ganso hoje em dia não há.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Quem paga o pato é o Peixe?

Entendo Dorival Júnior, mas faria diferente. Afastar Neymar do time por mais de uma rodada, a meu ver, é um equívoco. Ainda mais porque há um confronto direto na próxima. Se pensa em título, o Santos tem de enfrentar o líder com força máxima.

A impressão que tenho, porém, é que o treinador prentende manter a punição e deixar Neymar fora do clássico diante do Corinthians, na Vila Belmiro. Se isso ocorrer, as chances de bater o Timão serão reduzidas. É evidente, no entanto, que sua presença em campo não garante os três pontos.

O fato é que o recado já foi passado e o jogador já captou a mensagem. Provavelmente se arrependeu e aprendeu com o erro. Só não pode acontecer do Peixe pagar o pato.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Jucilei, o craque do Corinthians

A tendência natural, pelo menos aqui no Brasil, é que apenas atacantes e meias sejam considerados craques. No entanto goleiros, zagueiros, laterais e volantes também são dignos deste título.

O conceito de craque é bastante relativo, é verdade (para mim está intimamente atrelado à técnica e à habilidade). É evidente também que existem diferentes níveis de craques. Dizer que Zidane e Riquelme são craques, por exemplo, não os colocam no mesmo patamar.

Feitas as devidas ponderações, se não chega a ser um Falcão ou um Essien, na minha opinião Jucilei é sim merecedor deste rótulo.

Aliás, se desconsiderarmos Ronaldo e Roberto Carlos, a meu ver o camisa 8 é o único craque do atual elenco do Corinthians. O único também com potencial de Seleção. Escrevi isso, inclusive, antes da primeira convocação. E parece que Mano tá comigo.

A falta que Ganso faz

No primeiro semestre deste ano surgiu uma pergunta boba mas inevitável: Ganso ou Neymar? Eu mesmo cheguei a fazer uma enquete perguntando qual dos dois fazia 'mais falta ao time'. Deu Ganso com 57%, seguido de Neymar com 18% e o restante dos votos distribuídos entre os outros nove titulares da época.

Não concordo com tamanha disparidade, porém a questão não é essa.

O fato é que até outro dia, quando não era um, o outro decidia (quando não os dois juntos). Agora não é assim. Após a trágica e inesperada lesão do melhor meia-armador do mundo, o Santos caiu de produção e as lentes voltaram-se todas para o outro craque.

Não sei se ele é humilde, carismático, mal ou bem educado (embora tenha minhas impressões). Contudo me parece que Neymar não está sabendo lidar com a fama fora das quatro linhas e o protagonismo dentro delas.

Mais do que nunca, deve estar com saudades de Ganso.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Pré-jogo de Real Madrid x Ajax

Se José Mourinho e Martin Jol repetirem as peças e as estruturas táticas da última partida, os duelos individuais estarão bem definidos.

Di María e Cristiano Ronaldo podem inverter de lado com frequência para melhor se encontrarem no jogo. Dono do drible mais refinado, é possível que o argentino caia pelo flanco do marcador mais frágil (o oposto da prancheta). Em tese Anita é pior que Wiel neste quesito.



Já o Ajax deve ter suas principais oportunidades criadas por Suárez em contra-golpes no provável espaço que irá surgir às costas de Marcelo. No entanto vale lembrar que o uruguaio não fica preso à ponta, se desloca e flutua por uma extensa faixa do gramado.

Tentativas de previsão à parte, a bola rola na prática às 15h45, horário de Brasília, no Santiago Bernabéu, na estreia da fase de grupos.

terça-feira, setembro 14, 2010

Espetáculo em azul e grená

Falar que Messi é gênio e que o Barcelona treinado por Guardiola é fantástico é chover no molhado. Dizer o que então sobre o time que deu um baile e atropelou o Panathinaikos por 5 a 1 nesta terça-feira?



A equipe grega não é nenhuma Inter de Milão, nenhum Real Madrid, é verdade. Mas é incrível como o panorama se repete: marcação por pressão impressionante, posse de bola exorbitante, troca de passes precisa, movimentação desconcertante e finalizações a granel.

Somente um esquadrão com tamanho entrosamento e qualidades individuais imponentes é capaz de proporcionar algo parecido.

Afirmar que o futebol do Barça é o mais prazeroso de se ver é lugar comum. Porém nunca é demais lembrar. E se por um acaso o título não vier, como na temporada passada, azar da Liga dos Campeões.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Elenco alvinegro: fato ou mito?

Ao lado de Neymar, o elenco do Botafogo é o assunto mais comentado desta segunda-feira, e eu não vou ficar de fora.

Sob a trave, o alvinegro carioca conta com um dos três melhores goleiros do país, próximo de Victor e Fábio (a temporada de Rogério Ceni também merece menção). Jefferson tem decidido partidas. O exemplo mais recente foi no 1 a 0 sobre o Santos no Pacaembu.

Nas laterais - ou alas, se preferir - o Bota possui dois jogadores medianos que não possuem reservas de ofício: Alessandro e Marcelo Cordeiro. Já na zaga, Antônio Carlos e Fábio Ferreira completam o trio com o polivalente Leandro Guerreiro. A alternativa imediata é Danny Morais.

Goleiro à parte, convenhamos que o setor defensivo do clube de General Severiano não é dos mais brilhantes da competição.

Para o meio-campo, Joel tem em mãos Fahel e Marcelo Mattos, além de Somália e Tulio Souza. Para as meias, Lucio Flavio, Edno, Renato Cajá e Maicosuel (embora, no 2 a 0 em cima do São Paulo, este último atuou como atacante de movimentação de um 3-5-2 que alinhou Jefferson; Fábio F., Leandro G. e Antônio C.; Alessandro, Marcelo M., Fahel , Marcelo C. e Renato Cajá; Maicosuel e Abreu).

Por fim, para o ataque o atual terceiro colocado do Brasileiro tem Herrera, Loco Abreu, Caio e o diferenciado Jobson (Edno e Maicosuel também podem ser "improvisados").

O plantel é bom. Contudo se pensarmos nos três setores, na minha modesta opinião é inferior ao de Fluminense, Corinthians, Cruzeiro, Inter, Santos, São Paulo e Grêmio.

A tabela mostra, porém, que uma campanha não é feita apenas de elenco. O ambiente e a comissão técnica têm sim grande parcela no sucesso. Resta saber se o Fogo tem lenha para queimar pelas próximas 16 rodadas.

sábado, setembro 11, 2010

As escolhas infelizes de Allegri

O treinador do Milan errou em dobro. Pecou tanto na escalação inicial quanto nas alterações durante a partida deste sábado, fora de casa, diante do Cesena.

Postado no 4-3-3, o time não demonstrou poder algum de criação pela faixa central do gramado. Isso porque os em tese responsáveis pela produção atendem pelos nomes de Gattuso e Ambrosini.

Como ambos são limitadíssimos com a bola no pé, coube a Pirlo distribuir o jogo a lançamentos longos buscando os pontas e o centroavante.

Se no meio-campo faltou qualidade ofensiva, nas laterais o dilema foi semelhante. Aliás, não é de hoje que o Milan deixa os laterais de lado.



No intervalo, já com 2 a 0 em desvantagem no placar, Allegri trocou Bonera por Abate, e aos 10 minutos colocou Robinho no lugar de... Ronaldinho.

É verdade que o camisa 80 não estava jogando bem, porém, convenhamos que para quem precisava empatar ou virar, não foi uma escolha inteligente.

Mais tarde, aos 19, para consertar ou completar a bobagem, sacou Gattuso, colocou Inzaghi e recuou Ibrahimovic. Pouco adiantou. O resultado foi mantido e a estreia dos novos reforços foi frustrante.

PS.: Este seria o meu Milan.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Botafogo de palha?

Alguns alvinegros dizem que muito se fala do Inter, do Santos, do Cruzeiro, do Corinthians, do Fluminense, mas pouco se fala do Bota. É verdade.

Contudo, entre os seis clubes citados, a meu ver o elenco menos forte é o que Joel tem em mãos. E num torneio de pontos corridos, em regra, isso faz diferença.



O feito obtido nesta quinta-feira, no Pacaembu, é digno de nota. Raros serão os times que vão conquistar uma vitória fora de casa em cima do Peixe. No entanto pensar em título é demais. Não é proibido, mas é demais.

A briga do Fogão é por vaga na Libertadores (o que seria exuberante se acontecesse), e para chegar lá é preciso, mais do que outros, vencer os confrontos direitos. Como o da próxima rodada, contra o embalado São Paulo, no Engenhão.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Possível São Paulo do 2º turno

Torço o nariz quando ouço alguém falar que o 4-2-3-1 é o esquema da moda, porque na Euro 2008 a maioria das seleções jogavam assim.

Além do Inter de Celso Roth, que se sagrou campeão da Libertadores atuando desta maneira, aqui no Brasil outros times poderiam adotar esta estrutura. Um dos exemplos é o São Paulo.



Para o 2º turno do Brasileiro, Baresi pode montar uma equipe com Ilsinho, Alex Silva, Miranda e Júnior César na linha defensiva, Jean e Richarlyson de volantes, Marcelinho na articulação central, pontas com pés opostos (o destro Dagoberto na ponta esquerda e o canhoto Marlos na ponta direita), e Ricardo Oliveira na frente.

Mas e o Fernandão, o Rodrigo Souto, o Cléber Santana, o Jorge Wagner? Banco. Desta maneira o Tricolor teria dois laterais que sabem atacar, dois volantes excelentes na cobertura e no apoio (com tiro de longa distância, inclusive), um meia que aparentemente tem boa visão de jogo e belo passe, dois ponteiros que têm velocidade e drible, e um centroavante matador de bastante mobilidade.

Se o treinador vai fazer isso, eu não sei. Quem vive o dia a dia dos treinamentos e conhece o grupo é ele. Contudo, vendo de longe, creio que esta seria a melhor opção.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Cruzeiro vence confronto direto

Sem Montillo à disposição, Cuca deu a 10 para Roger. No entanto o principal nome do meio-campo e do time cruzeirense foi o canhoto Everton.

O 7 fez boa partida, especialmente no primeiro tempo, no espaço entre Giuliano, Wilson Matias e Nei. Com a bola, ele foi bastante acionado. Sem ela, acompanhou as subidas do 4 colorado.

No lance do gol, por exemplo, Jonathan cruzou do bico da área, de trivela, no segundo pau, para ele finalizar com estilo, de voleio, livre de marcação, às costas do lateral-direito.



O Inter, por sua vez, pouco criou. Na jogada mais perigosa da primeira etapa, a única, diga-se de passagem, Nei ganhou de Everton na corrida, chegou à linha de fundo e cruzou, mas o esforçado Damião não aproveitou.

A equipe visitante esteve confusa, e uma das evidências disso foram as alterações feitas por Celso Roth, que colocou Marquinhos no segundo tempo na vaga de Sobis e o retirou trinta minutos depois, para a entrada de Andrezinho.

Se não foi um jogo brilhante, os donos da casa foram merecedores do magro triunfo em Uberlândia, que garantiu o clube mineiro no G4 até o fim da 20ª rodada.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Willians: a válvula de escape

Silas escalou o Flamengo com dois volantes e dois meias, no 0 a 0 diante do Santos, na despedida do Maracanã, neste domingo.

Embora o papel de articulador tenha sido atribuído a Renato Abreu, foi pelo corredor da direita, com Willians e Léo Moura, que o time da casa mais criou. O camisa 8, aliás, para mim, foi o melhor em campo, em especial na hora de atacar.



Na frente, Deivid e Diogo dividiram os espaços meio a meio. Não houve um atacante específico de referência e um de movimentação. Quando um caía pelo lado, o outro fechava na área, e vice-versa.

Aos poucos o novo treinador vai conhecer o elenco e montar a equipe que julga a ideal. Só não faço ideia de onde o Fla pode chegar com essa formação. Pensar em vaga na Libertadores é ousadia demais? Acredito que sim.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Uma andorinha só não faz verão?

Na suada vitória sobre o Avaí nesta quinta-feira, na Vila Belmiro, a falta que Ganso faz ficou cristalina. O time demonstrou imensa dificuldade em manter a posse de bola no campo ofensivo - uma das especialidades do camisa 10 da Seleção.

Dorival Júnior escalou o Peixe no 4-3-3 em triângulo, com Arouca e Danilo compondo a dupla de volantes, Marquinhos na articulação central, Zé Love na ponta direita, Neymar na esquerda e Keirrison de centroavante. Marquinhos é um bom meia, mas está a milhas de Ganso. Se bobear, perde a vaga para Alan Patrick.

Desde o anúncio da permanência de Neymar, considerei o Santos um dos favoritos ao título do Brasileiro. Desde a lesão de Ganso, porém, fiquei com o pé atrás. Neymar é craque, regular, decisivo. No entanto penso que a equipe vai oscilar mais do que o permitido.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Destruidor na construção é complicado

Existem dois tipos de pessoas: as que gostam do futebol do Edinho e as que não gostam. É assim desde os tempos de Inter. Como pertenço ao segundo grupo, desde os tempos de Inter, não me entra na cabeça o time escalado por Felipão na noite desta quarta, no Maracanã.

O 3-6-1 do Verdão teve o meio-campo em losango, com Pierre na cabeça-de-área, Edinho e Marcos Assunção nos vértices laterais, e Valdívia na frente. Ou seja: o camisa 3 foi um dos responsáveis pela criação da equipe, e é aí que mora o perigo.



Não bastasse ter atuado apenas com um atacante (Kléber), que nem chegar a ser um 9 legítimo, Luiz Felipe atribuiu ao limitado Edinho a função de sair para o jogo. Logo, os únicos que sabiam jogar com a bola no pé eram Marcos Assunção e Valdívia.

Para mim é simples: Edinho é um mero destruidor, e não um construtor. Portanto, se for para manter o 3-6-1 em losango, ele que dispute vaga com Pierre, e Tinga que assuma um dos vértices laterais, ao lado de Assunção. Se Tinga não chega a ser, sei lá, o Tinga do Inter, pelo menos é muito mais inventivo que Edinho.

quarta-feira, setembro 01, 2010

O substituto de Ganso na Seleção

Para uma respeitável corrente, Ronaldinho não rende pelo centro. Na projeção da Gazzetta dello Sport, por exemplo, no 4-2-3-1 do Milan, Robinho está por dentro e Ronaldinho pela ponta esquerda.

Particularmente não vejo problemas em escalar o gaúcho na articulação central, devido a sua visão de jogo e sua qualidade no passe. Por isso ele foi uma das alternativas.

Se formos rigorosos com a dita renovação, o jogador rossonero está fora. Mas se pensarmos neste semestre, e que ele tem 30 anos, não é absurdo o imaginarmos com a amarelinha.

Dos 70 votos computados na enquete que questionava quem poderia substituir Ganso neste momento, 29% foram para Ronaldinho, 24% para Bruno César, 23% para Giuliano, 10% para Diego (Wolfsburg), etc, etc.

Confesso que votei em Ronaldinho, por dois motivos: além de experiência, ele agregaria um toque de genialidade à Seleção. Contudo, se levarmos ao pé da letra a tal renovação, entre Bruno César e Giuliano, opto pelo colorado entre os onze, e pelo alvi-negro na reserva.