quinta-feira, dezembro 29, 2011

Plano B do São Paulo é bom

Tá no globoesporte.com: São Paulo se aproxima de Jadson. Já que a primeira alternativa não vingou (Montillo), se materializada a transação, será a principal contratação do Tricolor do Morumbi até o momento. Não é craque, mas tem bola de sobra para entrar no time são-paulino. Fala-se em € 8 milhões.



Há tempos o Shakhtar Donetsk trabalha com vários jogadores brasileiros, e Jadson é um dos mais importantes nesta história recente do clube ucraniâno. Na equipe que conta com o canhoto Douglas Costa na ponta direita, o destro Willian na esquerda e Luiz Adriano na referência do ataque, Jadson é o meia. Veja aqui.

Na Seleção, quando foi chamado por Mano Menezes, o ex-atleta do Atlético-PR dividiu as meias com Elias, naquele 4-3-3 pré-Copa América. Entre eles, Jadson cumpriu o papel de armador, Elias mais carregador.

Quanto à projeção no São Paulo, se confirmada a transferência, não tenho ideia do que se passa na cabeça de Leão. Porém podemos pensar em várias possibilidades de estruturas táticas (4-4-2 em losango, 4-2-3-1, 4-3-3), graças também à polivalência de Jadson.

Paris é uma boa para Pato?

A temporada não foi das melhores para Alexandre Pato. Mas sua qualidade e seu potencial são inegáveis. É craque do alto escalão europeu. Não há como negar.



Pelo visto, porém, Allegri não concorda. Apesar da irregularidade devido a lesões, nunca foi titular absoluto do treinador. No obrigatório 4-4-2 em losango do Milan, luta pela segunda vaga do ataque com Robinho. E mais para frente, provavelmente também com Tevez. Ou seja: o cenário não é animador para o jogador.

Salário superior à parte, no PSG seria titular indiscutível. Seja como centroavante, seja como ponta, no 4-2-3-1 da equipe francesa, Pato nadaria de braçada. Além do que, trabalhando com Ancelotti e Leonardo, o ex-Colorado foi muito bem.

É verdade que a Liga Francesa não é forte nem visada como a Italiana. No entanto no que diz respeito ao panomara continental, não resta dúvida de que iremos ver o PSG disputando a Champions League com frequência. Quanto ao papel que vão fazer nela, são outros quinhentos.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

A miopia do futebol brasileiro

Tenho convicção de que parte da imprensa e dos treinadores brasileiros não acompanha o futebol europeu. Eu sei, concordo contigo, é inexplicável e imperdoável. Mas tem.

E a prova disso, uma delas, foi o Mundial FIFA deste ano. Pode-se ler e ouvir várias pessoas endeusando o Barcelona pelo banho de bola sobre o Santos, como se fosse a primeira vez que o time treinado por Guardiola tivesse aparecido na televisão.

Cansei de ver manchetes do tipo "Neste domingo o Barcelona ensinou como se joga futebol". Ora! Esse Barça joga assim, do mesmíssimo jeito, desde a temporada passada. Nesta chegaram Fábregas e Alexis, o elenco foi reforçado, o 3-4-3 surgiu neste ano, a mobilidade é maior, porém desde a temporada passada o estilo, a "filosofia", é a mesma.

Tudo bem que o grande público, aquele sem acesso à TV fechada, pode ter se surpreendido com o carrossel culé. Contudo é inadmissível um ser que gosta ou trabalha com futebol, e que tem acesso à TV fechada, desconhecer essa equipe histórica. Para mim, injustificável.

Outra prova de que alguns técnicos ignoram a bola jogada no Velho Mundo foi a disseminação do 4-2-3-1 pelo Brasil em 2011. Ora! Se joga assim na Europa há anos. De cabeça, me lembro que na Euro 2008 a maioria das seleções adotavam esse esquema. Mas foi por causa da Copa da África do Sul, e somente por causa da Copa da África do Sul, que o 4-2-3-1 entrou na "moda" por aqui.

É verdade que alguns treinadores já aderiam este sistema bem antes. Como o Grêmio vice-campeão da Libertadores em 2007, por exemplo, treinado por Mano Menezes. Porém ficou claro que vários treinadores precisaram assistir à Copa de 2010 para perceberem que não existia apenas o 3-5-2 ou o 4-4-2 em quadrado. Para se darem conta de que o "ponta" não morreu com Telê Santana. Para realizarem que o "ponta" está mais vivo do que nunca.

O futebol europeu e o Barcelona estão na TV fechada toda semana. Só não segue quem não se interessa.

Uma das coisas que atrapalha o futebol nacional não é a disparidade econômica, que obviamente existe, entre os clubes da Europa e do Brasil. Uma das coisas que atrapalha o futebol nacional é a miopia de parte da imprensa e dos treinadores. O exemplo está na nossa cara. Só não vê quem não quer.

domingo, dezembro 18, 2011

Nada de anormal na final do Mundial

É difícil falar desse Barça sem cair no clichê. A exibição dada pelo time treinado por Guardiola se repete a quase todo fim de semana. Está na TV fechada. Só não acompanha que não se interessa.

O estilo a gente conhece de cor e salteado: posse de bola, troca de passes curtos, pacientes, à espera da oportunidade para penetrar na área adversária. No 4 a 0 sobre o Santos, não foi diferente.



Pelo lado brasileiro, não se pode crucificar Muricy Ramalho ou os atletas alvinegros pela passividade na final do Mundial. Praticamente, sei lá, 80% das equipes que enfrentam o Barça de Messi e cia se encontram com as mãos, ou pés, atados.

É verdade que Neymar não aproveitou uma ou outra chance criada no contra-ataque. Mas daí a dizer que ele amarelou ou pipocou é um pouco demais. Falar do sofá de casa tomando café da manhã é fácil.

A máquina, o carrossel azulgrená, ou seja lá qual apelido queira dar, fez com o Peixe o que faz com 80% de seus oponentes. Independente da estratégia e do esquema tático que o Santos adotasse, o Barcelona atropelaria.

sábado, dezembro 17, 2011

Kaká e Özil podem pagar o pato

Lembro que logo após voltar de lesão, em fevereiro deste ano, Kaká foi escalado na meia do 4-2-3-1, com Ronaldo e Özil nas extremas. À época publiquei o post "Di María pode pagar o pato". Veja aqui.

Eis que hoje, mais de dez meses depois, quem parece correr risco são justamente Kaká e Özil. No 6 a 2 sobre o Sevilla, neste sábado, o argentino foi o armador central do time. O brasileiro e o alemão ficaram no banco os 90 minutos.



Di María sempre foi homem de beirada. Confesso que foi a primeira vez que o vi jogando nessa posição com a camisa merengue. E nessa posição, ele foi o dono da partida. Se movimentou com maestria, distribuiu bem o jogo e emplacou duas assistências, além de deixar o dele.

É verdade que seu gol foi marcado quando os visitantes estavam com um a menos em campo (Pepe foi expulso). O esquema tático tinha sido alterado para o 4-4-1 em linha. Mas ainda assim, apresentação de gala do 22.

O fato é que, na posição de Kaká e Özil, Di María deitou e rolou diante do Sevilla. Agora nos resta aguardar para ver se Mourinho vai efetivá-lo ao cargo de meia-central, ou se foi algo ocasional. De qualquer maneira, o 8 e o 10 que se cuidem.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Pré-jogo: Santos x Barcelona

Se Alexis não tiver condição, creio que Pedro será escalado na ponta esquerda, Messi na direita e Fábregas de falso nove, com Xavi e Iniesta nas meias. Mas se o chileno estiver apto, acredito na disposição tática do time na prancheta abaixo.

Messi e Alexis devem inverter as posições com frequência, para confundir o lado esquerdo da defesa santista. Com velocidade e habilidade, os camisas 9 e 10 podem dar trabalho para Durval e Bruno Rodrigo. Além, claro, de Daniel Alves, que costuma ocupar aquela faixa do gramado.

O panorama da partida todos conhecem: Barça com a posse, Santos pronto para contra-atacar. Não tem mistério. O time de Guardiola faz isso com todos adversários, e contra o Peixe não vai ser diferente. A equipe azulgrená joga inteira no campo ofensivo. Por isso até Borges deve recuar. E nas vezes em que a bola for retomada, lançamento para ele e Neymar.



Há também a possibilidade do 3-4-3. Abidal em Borges, Piqué em Neymar, e Puyol na sobra. Daniel Alvez na ponta direita, Alexis no centro e Messi no topo dum losango no meio-campo. Se isso acontecer, os duelos individuais ficarão bem definidos: Ganso x Busquets, Xavi x Arouca, Fábregas x Elano, Messi x Henrique. Essa opção é bem possível pelo fato de haver um homem sobrando na marcação à dupla de ataque alvinegra.

Pelo lado do Santos, diferentemente do que ocorreu diante do Kashiwa, Arouca tem de ser o elemento surpresa. Nessa onda de contra-ataque, ele é o meio-campista mais indicado para chegar à frente em velocidade. Danilo é outro que preenche os requisitos para a transição rápida entre defesa e ataque.

É óbvio que o Peixe pode vencer o Barça, pois trata-se de apenas um jogo. Para isso, porém, os brasileiros terão de ser perfeitos no contra-ataque (sem falar na bola parada). Além disso, terão de contar com a sorte. Porque inevitavelmente o Barcelona vai criar as chances. E a chance do Santos está no azar culé, num dia em que a pontaria não esteja afinada. E numa grande noite de Rafael.

Tentativas de previsão à parte, o apito inicial será dado às 8h30 (Brasília) deste domingo, em Yokohama, no Japão.

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Mais um no 4-2-3-1

Chama a atenção a troca de posicionamento entre os atletas da chamada linha de três. Originalmente Pastore é o homem central, o canhoto Nenê o ponta-direita e o destro Bahebeck o esquerda. No entanto eventualmente há a inversão entre Pastore e Nenê, e Nenê e Bahebeck.

Pelo menos foi assim nesta quarta-feira, no 4 a 2 sobre o Athetic Bilbao, em Paris. Apesar da vitória, o time treinado por Kombouaré está eliminado da Liga Europa.



Embora ambos avançassem, entre os laterais Ceará apoiou com mais frequência que Tiéné. E entre os volantes, Bodmer saiu mais para o jogo que Armand.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a movimentação de Gameiro. O centroavante francês esteve longe de ser aquele 9 de ofício. A mobilidade do camisa 19 foi produtiva nas tramas ofensivas, principalmente nas caídas pela direita. Além de abrir espaços para os companheiros, desorientou a marcação adversária.

As falhas e virtudes do Peixe na estreia

Muita gente viu o Santos no 4-2-3-1. Entendo, e até tendo a concordar, devido ao posicionamento de Elano. Contudo, para mim, é 4-4-2 em losango. O camisa 8 teve de atuar mais aberto do que de costume por causa da marcação ao flanco adversário.

Mas independente da classificação do esquema tático, é preciso ressaltar os pontos positivos e, principalmente os negativos, da estreia do Peixe no Mundial.



O Santos decidiu no talento individual. A individualidade alvinegra foi muito superior à coletividade. Tanto é que os três gols saíram de jogadas individuais (Neymar, Borges e Danilo).

O primeiro pecado da equipe de Muricy foi a manutenção da posse de bola. Ou melhor: a ausência da manutenção da posse. Ganso não conseguiu prender a bola no campo de ataque, nem ditar o ritmo do duelo, como em carnavais passados.

Não conseguiu, talvez, porque Elano e Arouca foram pouco acionados. Faltou gente na frente. Faltou Elano se aproximar do 10 e dos atacantes. E faltou Arouca trabalhar como elemento surpresa, papel que cumpre tão bem. Achei que ele ficou muito preso, a cerca de Henrique.

Quem também deveria ter sido mais acionado, em especial no primeiro tempo, foi Danilo. Se por um lado Durval não teve/tem o mesmo ímpeto ofensivo, do outro Danilo estava chamando o jogo a todo instante. Quando recebeu a bola, o 4 deu muito trabalho.

E por fim, a última cornetada fica por conta dos cruzamentos do Kashiwa. Tanto por baixo quanto por cima, o time japonês criou inúmeras chances com esse artifício. Algo a se pensar e repensar para a final. Provavelmente contra o favoritíssimo Barcelona.

Só para registro, Alan Kardec entrou no vaga/posição de Elano no segundo tempo, e mais tarde Ibson na de Borges, passando assim Kardec para o ataque e Ibson fechando o lado direito do losango do meio-campo.

terça-feira, dezembro 13, 2011

Álvarez entra no invervalo e muda o jogo

Longe de apresentar um futebol convincente, a Inter jogou para o gasto e derrotou o Genoa, fora de casa, nesta terça-feira, por 1 a 0.

Ranieri escalou o time no 4-4-2 em linha, com Thiago Motta de primeiro volante, Cambiasso de segundo, trabalhando como "armador", e Poli e Faraoni nas extremas. Na frente, Milito e Pazzini dividiram os espaços meio a meio.



Entre os laterais, Nagatomo foi muito mais ofensivo que Zanetti, por motivos óbvios. Foi dele, aliás, de cabeça, o único gol da partida. O japonês se antecipou por trás de seu marcador e completou o cruzamento de Álvarez com perfeição.

Álvarez entrou no intervalo, no lugar de Faraoni. Canhoto, aberto pela direita, o argentino buscou a diagonal com frequência, deu trabalho aos adversários e chegou a mandar uma na trave - além da assistência. O camisa 11 mudou o panorama do confronto.

Mais tarde Poli foi substituído por Obi, Milito por Forlán, mas a estrutura tática foi mantida. Com a magra vitória, os nerazzurris subiram para a sétima colocação.

Sem sorte não se ganha do Barça

Qual a estratégia mais indicada para bater o Barcelona? Ou melhor: para tentar. Se é que existe uma, ela não é garantia de sucesso.

Todo mundo conhece o estilo do time de Guardiola de cor e salteado: manutenção da posse, troca de passes pacientes, curtos, tabelas, triangulações, à espera do momento ideal para a infiltração na área e a finalização. Sem a bola, marcação por pressão.

Se não me engano, há quase quatro anos o Barcelona tem mais posse de bola que seu adversário. Quase quatro anos! Ou seja: hoje, é impossível inverter esse panorama. A bola fica mais tempo no pé do Barça, e ponto final.



A estratégia mais adequada, então, na minha opinião, é o contra-ataque. Como a linha de defesa azulgrená atua bastante adiantada, há espaço de sobra para o contra-golpe em velocidade. Na teoria não é complicado. Na prática, porém, a coisa muda.

Muda porque, como se sabe, o Barcelona marca por pressão. Como a equipe atua adiantada, com quase todos atletas no campo ofensivo, quando perde a bola, existem sempre pelo menos dois jogadores aptos a retomá-la imediatamente.

Por isso a melhor opção é a ligação rápida entre defesa e ataque. É se fechar (para mim num 4-4-1-1) e não desperdiçar os contra-ataques que possam surgir. Contudo, há um problema: por quanto tempo é possível se defender sem sofrer gol? Cedo ou tarde, o adversário acaba sucumbindo ao envolvimento catalão.

Resumindo, entendo que para ganhar do Barça de Messi e Guardiola, é preciso ser impecável no contra-ataque. E contar com a sorte. Muita sorte. Ou com o azar culé, se preferir.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Pré-jogo: Real Madrid x Barcelona

Acredito que tanto José Mourinho quanto Pep Guardiola vão preservar as estruturas táticas habituais de suas equipes: Madrid no 4-2-3-1, Barça no 4-3-3.

Acho pouco provável que o treinador português mude o estilo de jogo, como fez em carnavais passados, por exemplo. Na 32ª rodada da Liga anterior (16/04/11), Mourinho adotou o contra-ataque escancarado em pleno Santiago Bernabéu, num 4-1-4-1 com Pepe entre as linhas de quatro (veja aqui). Os donos da casa até que se defenderam bem, mas o placar ficou no 1 a 1.

Já em agosto, na estreia desta temporada, pela Supercopa, o Real Madrid voltou ao 4-2-3-1 corriqueiro (aqui). Por essas e outras penso que os blancos começarão no esquema usual, com Khedira e Alonso de volantes, Özil na meia central, Di María e Cristiano Ronaldo nas pontas, e Benzema de centroavante - embora o SPORT especule Coentrão titular e Özil banco.



Também não creio que Guardiola irá utilizar o 3-4-3. Se por um lado ele poderia ganhar em superioridade numérica no miolo do meio de campo (Khedira, Alonso e Özil contra Busquets, Xavi, Iniesta e Fábregas), por outro imagino que ele não seja louco para deixar Piqué, Puyol (Abidal) e Daniel (Abidal) no mano a mano com Benzema, Di María e Cristiano Ronaldo.

Portanto se não ocorrer nenhuma surpresa, e se forem essas mesmas as escalações (Alexis pode pintar, para marcar Marcelo), os duelos individuais serão bem definidos: Arbeloa x Villa, Marcelo x Pedro, Pepe/Ramos x Messi, Khedira x Iniesta, Alonso x Xavi, Özil x Sergio Busquets, Di María x Abidal, Ronaldo x Daniel Alves, e Benzema x Piqué/Puyol.

Nunca é demais lembrar, porém, a movimentação de Messi: o recuo para receber no setor do meio-campo e enfiar na medida para as infiltrações na área dos meias (Xavi e Iniesta) e dos pontas (Villa e Pedro).

O xis da questão é: será que, mesmo no Bernabéu, o Barcelona vai ter mais posse de bola, como acontece em 99,9% dos casos? Ou será que os anfitriões vão conseguir reter a pelota, ao invés de visar apenas o contra-golpe? Eu apostaria na segunda opção. O Madrid deve tentar manter a posse. Se vai obter êxito ou não, são outros quinhentos. Agora, se marcar o primeiro gol nos primeiros 15, 20 minutos, não tenho dúvida de que a ordem será contra-atacar.

Previsão à parte, o pontapé inicial será dado às 19h (Brasília), neste sábado, em partida válida pela 16ª rodada do Espanhol. Com um jogo a mais na tabela, hoje o Barcelona está a três pontos do líder.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

A culpa é de quem?

Camisa não ganha jogo. Nem campeonato. Culpar a falta de tradição do Manchester City pela eliminação precoce na Champions League é uma justificativa pobre. Ou melhor: não justifica.

Por que o City foi eliminado, então? Primeiro, porque se trata de futebol, e no futebol tudo pode acontecer (eu sei, explicação paupérrima). E segundo, para mim, se é que é preciso apontar o principal "culpado", este tem nome e sobrenome: Roberto Mancini.



É verdade que o time está sobrando na Premier League. Contudo, com todas contratações que foram feitas, cair na fase de grupos é um pecado. Sem tirar os méritos do Bayern de Munique, e especialmente do Napoli, o mínino que se esperava era a classificação em segundo lugar.

O elenco vale ouro. Mancini pediu e recebeu reforços de primeira. Porém o objetivo não foi alcançado. Repito: a "culpa" não é exclusivamente do treinador. Os atletas, uns mais, outros menos, têm e muito parcela no resultado. Entretanto, exemplos como o caso Tevez mostram que Mancini está longe de ser um líder. E sem liderança não se conquista título graúdo.

Veja bem, minha crítica não diz tanto respeito à parte tática, mas sim à emocional. Se a cabeça (comissão técnica e plantel) não está no lugar, não adianta, o troféu fica distante. Ainda mais em torneios internacionais mata-mata.

domingo, dezembro 04, 2011

Cinco destaques do Penta corintiano

Você pode criticar, pode ter motivos e razões para criticar, mas é preciso admitir: o cara é bom no que faz. À frente da presidência do Corinthians, Andrés Sanches, junto à comissão, montou um grupo qualificadíssimo para a conquista do Brasileiro. E nos momentos delicados, ao contrário de outros, não deu ouvidos às cornetas da torcida e da imprensa e bancou o treinador. E deu no que deu.

Quem dá a palavra final é o presidente, porém quem indica é o técnico. Por isso Tite tem grande parcela na formação do elenco, que foi um dos diferenciais do clube na competição. Mesmo com várias lesões, em especial no setor ofensivo, o Corinthinas se manteve firme. Sempre fiel ao mesmo esquema tático. Padronizado no 4-2-3-1 de Tite. A estrutura raramente foi alterada. Sequência. Entrosamento.

Entre os reforços, para mim o essencial foi o que estreou com o torneio já em andamento. Me refiro a Alex. Decisivo nas horas decisivas, o ex-Colorado deixou a equipe mais aguda, mais incisiva, mais agressiva. Diferentemente de Danilo, Alex é rápido. É verdade que jogaram juntos várias vezes. Mas entendo que um dá a dinâmica que o outro não consegue. Alex foi, sem dúvida, uma das notáveis repatriações do futebol brasileiro na temporada.

Outro destaque a meu ver é Paulinho. Talvez seja uma das poucas unanimidades na Seleção do Campeonato. Segundo volante melhor que ele não houve. Renato, do Botafogo, até ensaiou assumir esse posto, contudo no fim das contas o camisa 8 do Timão foi superior aos demais. Pergunte ao corintiano se Elias deixou saudades? Tá, não pergunte. Mas que Paulinho cumpriu o papel com maestria, defendendo e atacando com frequência e contundência, cumpriu.

Por fim, o quinto destaque da campanha do Penta veste a 9: Liedson. Fiquei entre ele e Júlio César, entretanto optei pelo centroavante, não só pelos seus 12 gols, mas também por ter segurado as pontas lá na frente. Sem Adriano, Liedson foi o grande nome. Retornado da Europa após várias temporadas em Portugal, aos quase 34 anos, foi nada menos que o artilheiro do time campeão.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Pré-jogo do clássico paranaense

Os times treinados por Antônio Lopes e Marcelo Oliveira, a exemplo de tantos outros na Série A, jogam no 4-2-3-1. Foi preciso a Copa de 2010, aliás, para que esse esquema se difundisse pelo país. Mas isso é outro assunto, merece um post à parte. Voltemos a Curitiba, que é o que interessa aqui.

A linha de três, dos dois lados, conta com dois homens velozes, habilidosos, e um armador, mais técnico, e mais lento. A diferença é que Paulo Baier atua centralizado, e Tcheco aberto na direita. Como o camisa 8 do Coxa não tem as pernas nem os pulmões de Rafinha, é provável que Heracles seja mais acionado que Wendel no apoio ao ataque. O lateral-esquerdo rubronegro deve buscar o corredor, e Marcinho a diagonal.

Já Guerrón vai dar trabalho a Lucas Mendes, principalmente nos 10, 15 minutos iniciais, quando, ao que tudo indica, os donos da casa irão pressionar com força. E Paulo Baier, além de distribuir o jogo, e cadenciá-lo quando necessário, deve entrar na área com frequência visando a finalização.



Pelo lado dos visitantes, aposta boa é Rafinha nas costas de Wendel em contra-ataque. Não acredito que o Coritiba irá abrir mão da posse de bola, porém pelo fato do clássico ser na Arena da Baixada, o contra-golpe pode ser a principal arma alviverde.

Outra também pode ser a chegada de um dos volantes. Se Tcheco cai por dentro, Heracles não acompanha, obviamente. Sobra para Marcelo Oliveira. Deivid marca Marcos Aurélio, e Paulo Baier vigia um dos volantes. Só que se cola em Willian, Léo Gago fica livre (bom tiro de longa distância). Se cola em Léo Gago, Willian tem espaço.

Teorias à parte, a bola rola para valer neste domingo às 17h, horário de Brasília. Para permanecer na Série A, o Furacão precisa vencer e torcer para tropeços de Ceará e/ou Cruzeiro. Para garantir vaga na Libertadores, o Coxa depende só de si.