quinta-feira, novembro 29, 2012

Osvaldo: questão prioritária

O drible é uma arte. Desde o tempo que Dondon jogava no Andaraí. Encanta a torcida, desmonta a marcação, enfurece o adversário. É a beleza somada à eficiência. É a essência do futebol. Em especial o brasileiro, que reinventou através de Mané e do Rei Pelé o esporte inventado na Terra da Rainha.

Lucas e Osvaldo, eu sei, não são Mané e Pelé. Mas hoje no Brasil nenhum time tem dois pontas dribladores como o São Paulo. E nenhum time jogou tão bem nesse segundo semestre quanto o São Paulo. Graças a Lucas e Osvaldo. Wellington acertou o meio campo defensivo, Paulo Miranda endireitou a lateral direita... Todos sabemos. Não tenho dúvida, porém, que o belo desempenho do Tricolor nesse semestre se deve a seus ponteiros.



Lucas já está vendido. Por 43 milhões de euros, vai para o PSG. Já Osvaldo, que era banco com Leão, que preferia Fernandinho, está na mira da Roma. E se se mudar à cidade eterna, o São Paulo nunca mais será o mesmo. Okay. Estou exagerando. Osvaldo não foi, não é e nem será, sei lá, Canhoteiro. No entanto tenho certeza de que, se ele sair (Lucas já saiu), a versão 2013 será inferior a essa. Pois não será fácil repor dois pontas dribladores como os atuais camisas 7 e 17.

Ainda no 4-2-3-1 que engrenou e fez tanto sucesso nessa reta final de 2012, Ney Franco pode escalar no ano que vem Jadson, Ganso e Osvaldo na linha de três. A característica vai mudar, a equipe deve perder a contundência pelo flanco direito (corredor de Lucas), mas ainda assim pode ser um São Paulo pertinente. Mesmo sem Lucas pode dar um requintado caldo, no mesmo 4-2-3-1, com Denilson e Wellington volantes, Jadson, Ganso e Osvaldo na linha de três, e Luis Fabiano na frente. Agora, caso o ex-Ceará deixe o clube do Morumbi, o time vai mudar do vinho pra água.

Foi-se o tempo em que as instituições brasileiras não conseguiam competir com as europeias. Ainda mais as italianas, que andam mal das pernas. Ainda mais com a grana que entrou com a venda de Lucas. Portanto, a meu ver, a permanência de Osvaldo tem de ser tratada como prioridade. Se passa pelo aumento, pelo duplicamento do salário, que assim seja, pois não consigo visualizar uma reposição à altura desses dois pontas dribladores, que não são Garrincha e Canhoteiro, mas no conexto atual, desequilibram.

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