domingo, março 31, 2013

quinta-feira, março 28, 2013

Quem será o "10" do Flamengo?

Carlos Eduardo precisa de tempo. Vem de um longuíssimo período de inatividade, vai demorar para engrenar. Que vai engrenar, vai. Não tenho dúvida. Só tenho dúvida se a meia central é o melhor posicionamento para ele. No primeiro tempo da partida contra o Bangu, nesta quarta-feira, por exemplo, o camisa 10 atuou centralizado no 4-2-3-1 escalado por Jorginho. E foi mal, a ponto de ser substituído no intervalo (por Rodolfo, 19 anos, autor do gol que iniciou a virada por 2 a 1).

Veja aqui a prancheta.



Carlos Eduardo está jogando mal não pura e simplesmente por causa de seu posicionamento. Está jogando mal porque está longe de seu condicionamento físico e emocional (confiança) ideais. Teve problemas sérios no joelho no passado recente. No Rubin Kazan foram apenas 13 jogos (2 gols) em 2 anos. 13 jogos em 2 anos! Portanto a torcida, o elenco e a comissão técnica terão de ter paciência, porque cedo ou tarde seu futebol vai encaixar. Só não sei se pela faixa central.

Quando brilhou no Grêmio, voando fisicamente, Cadu jogava pela beirada. Na campanha vice-campeã da Libertadores em 2007, ele era o ponta-esquerda daquele 4-2-3-1 de Mano Menezes, ao lado de Tcheco e Diego Souza. No clube seguinte, o Hoffenheim, também: era o ponta-direita dum 4-3-3. Igualmente na Seleção, novamente sob o comando de Mano. Logo, não há como negar: seu histórico e suas características (velocidade, habilidade) mostram que ele é jogador de lado de campo, que num esquema com dois homens abertos, ele rende mais numa dessas vagas.

No Flamengo - e creio que essa seja mesmo a melhor opção - a linha de três do 4-2-3-1 é composta por Rafinha, Carlos Eduardo e Gabriel. Sempre lembrando que Cadu está longe do ideal físicio, são atletas leves, baixinhos, velozes e dribladores - peculiaridades das quais Jorginho pode tirar proveito. Precisam aprimorar as finalizações, é verdade. Mas o fato é que no momento o desafio é descobrir quem consegue ser mais produtivo ao time jogando pela faixa central, já que os três são mais caras de beirada do que meias.

Opinião? Analisando de longe, sem acompanhar os treinamentos, tenho a impressão de que hoje Gabriel é o mais qualificado para assumir esse papel. Sem abdicar do revezamento e as dinversões entre eles, hoje o ex-Bahia me parece o nome mais indicado para “assumir a 10”, deixando Rafinha e Carlos Eduardo pelas pontas.

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terça-feira, março 26, 2013

Milhas de vantagem

Deve dar raiva jogar contra a Espanha. Passar a maior parte do tempo correndo atrás deles para tentar roubar a bola, e na maior parte das vezes não ter sucesso. E depois de assistir a muita troca de passes pacientes - que tira a paciência de muita gente - eles vão lá e abrem o placar. Esse panorama só é possível, esse domínio só é viável, porque há muita qualidade técnica, entrosamento e consciência tática no elenco espanhol. E porque há experiência de sobra.

Nesta terça-feira, em Paris, a França foi a vítima da vez.



O plantel também, mas em especial o onze inicial rojo tem muitos quilômetros rodados. Casillas, Piqué, Ramos, Busquets, Alonso, Xavi, Iniesta, Pedro, Villa... Esses caras são os atuais campeões do mundo e da Europa. Não têm medo de cara feia. Não se intimidam nunca, independentemente de quem esteja do outro lado do campo. Pode ser a Argentina de Messi, a Alemanha de Özil, o Brasil de Neymar, a França de Ribéry... Não importa. Nos jogos grandes, a Fúria cresce.

A probabilidade da equipe titular ser essa em 2014 é tão alta quanto sua média de posse de bola. Uma mudança aqui, outra ali, mas em regra os titulares devem ser, no 4-3-3, Casillas; Arbeloa, Piqué, Ramos e Alba; Busquets, Xavi, Alonso; Pedro (ou Silva), Villa (ou Fàbregas) e Iniesta. Sem falar nos nomes do banco de reservas, como Javi García, Mata, Cazorla, Isco... Convenhamos, um time e um elenco de técnica refinada e experiência invejável, com sede de entrar para a história com um legítimo bicampeonato mundial. Quer queria ou não, a Espanha de Del Bosque é uma das favoritas à Copa do Mundo, ao lado de Argentina e Alemanha. Ou será que um pouco à frente?

PS: Veja aqui a prancheta de França 0-1 Espanha.

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segunda-feira, março 25, 2013

É a hora da definição, Felipão

Alguns gostam desse troca-troca. Enxergam com bons olhos essa prática não tão difundida ao redor do mundo. Veem mérito nessa inversão. Acham uma atitude agregadora. Conservador, eu confesso que prefiro cada um na sua. Com eventual liberdade para experimentar outras partes do campo, mas em regra cada um na sua.

No amistoso contra a Rússia, nesta segunda-feira, por exemplo, o troca-troca entre Oscar, Kaká e Neymar foi intenso demais pro meu gosto. Nos primeiros 10 minutos a linha de três do 4-2-3-1 verde e amarelo teve Oscar à direita, Neymar por dentro e Kaká à esquerda. Mais além, no “resto” do primeiro tempo, alinhou, da direita pra esquerda, Oscar, Kaká e Neymar.



A boa nova naquele momento foi a volta de Neymar à ponta esquerda. Apesar do desempenho aquém no primeiro tempo, por mais que se tente “inventar”, o melhor posicionamento para o craque da Vila é a beirada esquerda. Não adianta. Joga bem também pela faixa central porque é craque e se adapta facilmente. Mas no fim das contas, a praia dele é a ponta. Tenho batido nessa tecla, inclusive (confira aqui). E o mesmo se aplica a Oscar, que tem jogado mais pelas beiradas, quando é sabido que ele é mais produtivo individual e coletivamente quando atua por dentro.

Na segunda etapa, justiça seja feita, Scolari bem que tentou. Escalou Oscar pelo centro. Voltou do intervalo com o camisa 7 em seu habitat natural, entre os ponteiros, atrás do centroavante (detalhe: terceira formação na partida). Foi a notícia boa naquele momento. Na contra mão, ainda no 4-2-3-1, deslocou Neymar para a direita e Kaká para a esquerda. E uns 10 minutos depois, retornou ao posicionamento inicial (Oscar, Neymar e Kaká), até promover a primeira alteração (Hulk por Oscar).

Alguns veem com bons olhos esse troca-troca de posições. Confunde a marcação adversária. Pode ser. Num time bem entrosado, talvez. Mas no caso do Brasil, no caso de Felipão, que pegou o barco andando, a um ano e três meses da Copa do Mundo, vejo incertezas. Natural e compreensivelmente, ele ainda não encontrou a formação dita ideal. Foram apenas três jogos. Contudo, não há tanto tempo ficar testando uma formação aqui, outra ali. É preciso definir a formação dita ideal o quanto antes, para que ela possa ser repetida e ganhar corpo daqui até juhno de 2014.

Qual a formação ideal? Se é que ela existe, para mim, é um 4-2-3-1 com Lucas à direita, Oscar pela faixa central e Neymar à esquerda. Já escrevi sobre isso, por sinal (aqui). Quanto a Kaká e Ronaldinho, que brigem por uma vaga no banco de reservas.

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sexta-feira, março 22, 2013

A passos firmes e largos

Exemplar a movimentação de Mesut Özil. Sem a posse da bola, o camisa 8 aperta o zagueiro ou marca o volante adversário. Com a posse (maior parte do tempo), volta para buscar o jogo - até antes da linha de Khedira e Schweinsteiger, inclusive - e articular as jogadas, além de preencher o corredor central ofensivo, quando encosta no cara mais avançado do time (no caso do 3 a 0 sobre o Cazaquistão, Mario Götze).

Em função dessa movimentação do atleta do Real Madrid, pode-se interpretar uma variação entre o 4-4-2 em linha e o 4-2-3-1 no esquema tático alemão. Mas isso é um detalhe pouco relevante, convenhamos.

Götze no ataque foi opção de Löw, já que os centroavantes Gómez e Schürrle estavam no banco. E atuando como falso nove, digamos assim, a estrela do Borussia Dortmund correspondeu. Como era de se esperar, não jogou enfiado entre os zagueiros - apesar de ter feito a parede para quem vinha de trás em vários momentos. Se deslocou bastante, caiu pelos lados e eventualmente recuou para auxiliar na criação, revezando-se com Özil uma vez aqui outra ali. Mas em regra, na medida do possível, Götze foi a referência do ataque germânico.



Entre os volantes, ainda que com boa presença no campo defensivo do frágil e retrancado Cazaquistão, Khedira jogou mais preso e Schweinsteiger mais solto, aparecendo com frequência na frente com qualidade no toque de bola, velocidade na transição, penetração na área e finalização. Seus avanços protagonizaram boas chances ao longo da partida, tanto é que numa delas o 7 balançou a rede, aos 20 do primeiro tempo (Götze fez o segundo dois minutos depois).

Entre os wingers, pouco se viu. Se pela faixa central Schweinsteiger, Özil e Götze deitaram e rolaram, pelas extremas Müller e Podolski (substituiu o titular Draxler logo aos 16) pouco produziram. Atuaram bem abertos e executaram poucas diagonais, limitando-se a trabalhar com os laterais, em especial na primeira etapa. Na etapa final, porém, justiça seja feita, Podolski foi mais participativo, chamou mais o jogo. Müller nem tanto, embora tenha feito o terceiro gol aos 73’.

Além dos três pontos, a vitória sobre o Cazaquistão nessa sexta-feira garantiu a permanência na liderança do Grupo C, com 13 pontos (4 vitórias e 1 empate). Suécia e Irlanda brigam pela segunda colocação. Claro que a Alemanha vai se classificar para a Copa do Mundo sem sustos. E vai chegar, passo a passo, quer queira ou não, com status de favorita (para mim, ao lado Espanha e Argentina).

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quinta-feira, março 21, 2013

Bato na tecla do posicionamento

Remo contra a maré. Embora a maioria tenha gostado e aprovado esse posicionamento por dentro, ainda prefiro Neymar na ponta esquerda. É verdade que ele fez boas jogadas contra a Itália atuando pela faixa central. Mas é verdade também que essas boas jogadas surgiram em contra ataques, com espaços a sua frente. Quando a Azzurra esteve bem postada defensivamente em seu campo, o camisa 11 teve dificuldades. Não quer dizer que na ponta esquerda ele teria jogado mais, claro. Ainda assim, prefiro-o por ali, entre outros motivos, por causa de suas entradas na diagonal.

Outra tecla que tenho batido bastante é em relação ao posicionamento de Oscar. Nesta quinta-feira ele começou na extrema esquerda, mas lá pelos 20 minutos do primeiro tempo inverteu de lado com Hulk, e por lá ficou, até ser substituído por Kaká na segunda etapa. Marcou gol, é verdade. Mas, de novo, em situação de contra golpe.



Naquela sequência de amistosos do ano passado que o “revelou” para o mundo, Oscar foi o meia central daquele 4-2-3-1 de Mano Menezes. E daquela maneira foi muito bem, garantindo uma vaga na Seleção até a Copa e um contrato com o Chelsea. Contudo nas Olimpíadas de Londres, sob o comando de Mano, e agora com Felipão (no Chelsea com Benítez igualmente), Oscar foi escalado na beirada, o que, para mim, trata-se de um equívoco.

Ele vai mal pelos flancos? Não. Não é isso. É craque. Se adapta fácil. Sem exagero, joga bem em qualquer posição da meia cancha, e até pelos lados. No entanto não tenho dúvida de que Oscar é mais produtivo ao time quando joga pelo centro. Entre outros motivos, porque por ali sua visão, seu passe, sua infiltração na área, seu arremate e sua participação sem a bola são melhores aproveitados.

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quarta-feira, março 20, 2013

Com que roupa eu vou?

Caiu na rede as camisas da temporada 2013/2014 de Barcelona e Real Madrid. Qual você compraria? (via 101 Great Goals)



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segunda-feira, março 18, 2013

David Luiz: zagueiro ou volante?

Em sua primeira coletiva, quando anunciou os convocados para enfrentar a Inglaterra, Felipão deixou claro nas entrelinhas que a possibilidade de utilizar David Luiz no meio campo é alta. Altíssima, eu diria. Naquele amistoso, no entanto, isso não aconteceu. Mas tenho meus motivos para imaginar que irá acontecer diante da Itália, quinta-feira, em Genebra.



Pelo seguinte: em sua segunda entrevista coletiva, o treinador da Seleção revelou seu descontentamento com o sistema defensivo da equipe e sua fragilidade. Disse que pretende dar mais proteção ao time, deixá-lo menos vulnerável, além de praticamente afirmar que trocará de esquema tático para o jogo da Suíça (Paulinho e Ramires foram os volantes do 4-2-3-1 verde e amarelo em Wembley. Ah, e Thiago Silva não estava em campo).

Além desses fatores, o corte de Paulinho e a presença de Dante na lista (e a "improvisação" de Henrique como volante no Palmeiras de Scolari) a meu ver reforçam essa interpretação. Canhoto, experiente e seguro, o zagueiro do Bayern de Munique veio para ficar. Logo, sem perder força no miolo da zaga (Thiago Silva e Dante), o técnico pode sim escalar David Luiz - jogador de belo trato com a bola no pé e acostumado à função - na meia cancha, quem sabe junto aos companheiros de Chelsea, Ramires e Oscar, até para aproveitar o entrosamento.

PS: Havia apostado nessa formação antes da lesão do corintiano.

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sábado, março 16, 2013

Volantes mostram o caminho

Há de se ponderar a fragilidade do oponente. O Reading disputa a lanterna da Premier League com o QPR ponto a ponto. A briga é boa. Não se pode negar, porém, a aula de futebol aplicada pelo Manchester United, neste sábado, no Old Trafford. Tudo bem, a partida feita pelo líder não foi nota dez, esteve longe da perfeição. É verdade. Contudo foi uma lição do bom e velho 4-4-2 britânico, apesar da vitória magra por 1 a 0 (gol de Rooney).

Cleverley não foi relacionado para o jogo e Carrick ficou no banco (ambos considerados titulares). Nesse contexto a equipe escalada por Ferguson alinhou no setor do meio campo Welbeck, Anderson, Giggs e Young. Todos - cada um a seu jeito - atletas de bom trato com a bola no pé. Por dentro, dois canhotos do passe e da visão apurados; por fora, dois condutores de velocidade, duas válvulas de escape. Os quatro visando alimentar a dupla de ataque.



Evidente que um dos atacantes volta para marcar o primeiro volante quando a posse está com o adversário no campo defensivo do United. Em regra, esse cara é Rooney. Ainda assim, gosto de classificar o sistema como 4-4-2 - ao invés dum 4-4-1-1 - porque o camisa 10 atua boa parte do tempo próximo a Van Persie, e porque Van Persie se movimenta bastante, abandona a referência em vários momentos. Nomenclaturas às vezes irrelevantes à parte, o que realmente me chamou a atenção no confronto com o Reading foi a composição da meia cancha. Em especial, do miolo dela.

A dupla de volantes foi formada por Anderson e Giggs. Convenhamos, nenhum cão de guarda. Nenhum destruidor de jogadas. Sabem dar de ladrão, mas são mais construtores. Há quem prefira o balanceamento, um destruidor e um construtor lado a lado. É uma teoria tentadora, admito. Eu, todavia, prefiro dois construtores juntos, como Anderson e Giggs (ao invés de Carrick e Giggs, Carrick e Anderson ou Carrick e Cleverley, por exemplo). Pelo seguinte: a partir do momento em que os jogadores estão em sincronia, ocupando os espaços com inteligência, correndo certo, a presença do chamado leão de chácara à frente da defesa se faz desnecessária. Ainda mais no 4-4-2 em linha, já que nessa estrutura a faixa central carece de criação quando os volantes não saem com qualidade para o jogo, alternadamente ou não.

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sexta-feira, março 15, 2013

O ovo ou a galinha?

Paulo Henrique Ganso não tem uma sequência como titular porque tem jogado mal, ou tem jogado mal porque não tem uma sequência como titular? Não sou muito fã desses dilemas. Mas como sou fã assumido de seu futebol, fico com a segundo opção, pois sem sequência não há confiança.



Na verdade, a meu ver, Ganso não joga mal quando entra. Não chega a ser o craque de 2010, porém não joga mal. O problema é que entra sempre no segundo tempo, ou quando começa entre o onze, começa com o "time B", sem os melhores ao seu lado.

A campanha na Libertadores indica que a má fase do São Paulo não tem nada a ver com a presença do camisa 8 na equipe. A suposta crise não passa pela eventual mudança da estrutura tática, nem pelo eventual reposicionamento de outros altetas, para que ele se encaixe. Uma das provas disso é que, mesmo com Ganso e Cañete - dois meias - à disposição, Ney Franco foi no 3-5-2 contra o Arsenal, nesta quinta (2 a 1 para os argentinos).

Só para não passar em branco, em relação à formação "ideal", relembro essa prancheta, com Wellington, Jadson e Ganso na meia cancha, e Cañete (ou Aloísio) na ponta direita. Para mim, essa é a alternativa mais pertinente ao Tricolor.

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quarta-feira, março 13, 2013

Quadrifinalistas na prancheta

Entre uma variação aqui, outra ali, um titular aqui e um reserva acolá, eis os oito classificados às quartas de final da Champions League, em ordem alfabética. Nota-se que metade deles tem no 4-2-3-1 seu esquema base.

O sorteio dos confrontos ocorre nesta sexta-feira.

















PS: Recorri ao Zonal Marking para atualizar o Galatasaray.

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terça-feira, março 12, 2013

Barça de volta ao ataque

Fàbregas dançou. Titular absoluto na temporada 2012/13, depois do confronto com o Milan a tendência é que ele volte para o banco. Volte a ser o 12º jogador. Na verdade, nem o 12º, porque no jogo desta terça-feira, por exemplo, quem entrou na vaga de Villa foi Alexis, na segunda etapa.



Passado o sufoco das oitavas da Champions, parece-me evidente que daqui pra frente Vilanova retornará a atuar com três atacantes de ofício (Pedro, Messi e Villa ou Alexis). Dessa maneira o camisa 4 perde seu lugar no onze inicial (meio campo com Busquets, Xavi e Iniesta) e o Barcelona se aproxima dos tempos de Guardiola.

Veja bem: o problema não é ou era Fàbregas em si, mas sim o remanejamento das peças para que ele entrasse na equipe. Para encaixá-lo, Iniesta virou "ponta-esquerda", ideia que nasceu com Guardiola, deu certo, mas era exceção naquela época, e virou regra com Vilanova. Regra que, depois do confronto com o Milan, deve ser quebrada.

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segunda-feira, março 11, 2013

Pré-jogo: Barcelona vs Milan

Sem Pazzini as opções de Allegri são Niang e Bojan (e Robinho). Por uma série de motivos aposto em Bojan. Entre eles por ser prata da casa azul-grená, e por ser a peça mais indicada para o contra ataque. Apesar da gigantesca vantagem, o Milan não irá apenas se defender durante 90 minutos. Uma hora ou outra irá atacar. Ou melhor: contra atacar. E Niang é meio lerdo e desengonçado para isso. Já Robinho é mais atacante de beirada e menos participativo sem a bola, além de estar com a cabeça na Vila Belmiro, onde chegará para ser o “substituto” de Neymar (isso não é informação, é especulação sem-vergonha da minha parte).

Independente do escolhido, todavia, o panorama da partida feita pelos visitantes será semelhante – se não idêntico – ao do confronto do San Siro. Duas linhas bem compactadas e sincronizadas, uma na entrada da grande área e outra na intermediária, com Ambrosini entre elas, grudado em Messi – embora não se trate duma marcação individual propriamente dita; se o camisa 10 cai pelos flancos, por exemplo, o 23 não acompanha. Defender, defender e defender à espera da roubada, do eventual erro do adversário, para encaixar o contra golpe perfeito, de preferência com El Shaarawy e Prince Boateng na condução da redonda em alta velocidade. Sem mais nem menos, curta e grossa, é mais ou menos essa a estratégia rubro-negra – sem desprezar, claro, as jogadas de bola parada.



A dúvida maior, porém, a meu ver está do outro lado. Vilanova e Roura têm de trazer algum elemento novo para esse duelo, pois com a formação clássica da temporada 2012/13 o Barcelona perdeu para ao Milan e para o Real Madrid. Formação clássica que atende por Fàbregas titular e Iniesta na ponta esquerda, e que é alvo de crítica fundamentada (leia mais). Em tese a formação clássica perde em profundidade e ganha em messidependência. Portanto, em função do placar agregado desfavorável, imagino que a equipe de Tito entrará em campo com outro atacante de ofício (Alexis), enquanto Fàbregas (ou Iniesta) ficará no banco.

CONFIRA AQUI A PRANCHETA

Posse de bola esmagadora, troca de passes curtos e pacientes, à espera da infiltração de alguém na área, em especial dos ponteiros e dos meias. Sem esquecer que é permitido arrematar de longe (Daniel Alves), creio nessa postura do Barça. E talvez mais do que nunca seja necessário o recuo de Messi, para arquitetar as jogadas e soltar as enfiadas para as entradas em diagonal de Pedro e Alexis (claro, se forem titulares).

A exemplo do embate de ida, nesta terça-feira, no Camp Nou, os nervos do time catalão serão colocados à prova. Porque se o gol ou os gols não saírem ainda na primeira etapa, a tendência é a ansiedade tomar conta dos atletas, por mais experientes que eles sejam. Teorias e tentativas de previsão à parte, o pontapé inicial será dado às 16h45, horário de Brasília. Em jogo, uma vaga nas quartas de final da Champions League.

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domingo, março 10, 2013

Reação azul em Old Trafford

Para o bem do Chelsea futebol tem dois tempos. Porque no primeiro o United fez 2 a 0. Em apenas 11 minutos. Mesmo sem trabalhar a bola no campo ofensivo, os mandantes “acharam” dois gols (Chicharito e Rooney) e se moldaram para o contra ataque. Os visitantes, por sua vez, mantiveram a posse e a cadência, porém sem contundência.

Pelas beiradas, Oscar e Moses foram inofensivos. Mata, altamente vigiado por Carrick, era quem tentava alguma coisa. Ramires ficou preso à marcação de Rooney - e Kagawa, que lá pelas tantas veio jogar pelo meio, mas foi facilmente anulado pelo camisa 7 dos Blues (CONFIRA AQUI A PRANCHETA). Ainda assim, pouca coisa ocorreu na primeira etapa. Aí veio a segunda, e com ela a reação azul.



Um dos grandes pecados de Rafa Benítez foi ter desmanchado a linha de três idealizada por Di Matteo, composta por Oscar, Mata e Hazard. Para encaixar Moses, o treinador espanhol sacou um dos talentos do time. Primeiro quem pagou o pato foi Oscar, e hoje quem tem ficado no banco é Hazard – que entrou na vaga do próprio Moses aos 52 minutos para mudar a cara do confronto.

Do pé direito do belga nasceu um golaço. Com ele, Oscar e Mata no gramado, o Chelsea cresceu em quantidade e qualidade na posse da bola. Trocou passes, botou o United na roda e chegou ao 2 a 2 com Ramires. Mais dedicado ao sistema defensivo no primeiro tempo, no segundo, suportado por Mikel (entrou aos 52' no lugar de Lampard), o brasileiro teve mais liberdade e fez o que melhor sabe: a válvula de escape.

Ao apito final o empate permaneceu, e a condição de semifinalista da Copa da Inglaterra será decidia no replay, no Stamford Bridge. Em Old Trafford, sem dúvida, um jogaço de alto nível.

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sábado, março 09, 2013

A questionável convicção de Tito

Cesc Fàbregas e Andrés Iniesta. Posso estar enganado, porém tenho a impressão de que a principal diferença entre o time de Pep Guardiola e o de Tito Vilanova passa pelos pés deles. Pela presença de um e, especial e consequentemente, pelo deslocamento do outro.



Quando desembarcou no Camp Nou, do meio pra frente todos tinham seu posto. O trio de ataque era composto por Pedro, Messi e Villa, e a meiuca ocupada por Busquets, Xavi e Iniesta. Nitidamente o ex-atleta do Arsenal tinha chegado para ser, num primeiro momento, banco dos meias. Lá pelas tantas, no entanto, Guardiola “inventou” (mais uma “invenção” dele) uma nova posição para Iniesta, que eventualmente passou a jogar pela ponta esquerda do 4-3-3, abrindo assim uma vaga para o camisa 4, ao lado de Xavi.

Embora Iniesta não seja um atacante nato, a equipe catalã não perdeu profundidade com ele na ponta esquerda. Continuou no mesmo ritmo e estilo de jogo, sem tirar nem pôr, dominando os adversários a passes curtos e pacientes, à espera da infiltração na área. A bem sucedida opção por Fàbregas no meio e Iniesta à esquerda, contudo, não era regra. Era exceção. Era mais uma opção no cartel de Guardiola (assim como o 3-4-3, por exemplo).

Já na temporada 2012/13, a exceção virou regra. Não sei por quê. Talvez a ideia de ter Iniesta na ponta e Fàbregas no meio agrade demais Vilanova. Talvez as outras alternativas para as beiradas (Villa, Alexis, Tello) não gozem da confiança do treinador. Talvez o futebol de Fàbregas seja imprescindível ao time ideal de Tito, vai saber. Não sei. Só sei que se a regra continuar sendo Iniesta aberto à esquerda (e Fàbregas por dentro) a tendência é o declínio.

PS: Tinha levantado essa bola em abril de 2012 nesse post.

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quinta-feira, março 07, 2013

Anzhi passa em branco em casa

Willian saiu do Shakhtar para se tornar o parceiro de ataque do Eto’o. Nada mal. No time russo ele joga (pelo menos foi assim nesta terça-feira) como segundo atacante, enquanto o maior salário do planeta faz o papel da referência, ainda que bastante móvel.

Diante do Newcastle, quando o Anzhi trabalhou a bola no campo ofensivo, o camisa 88 teve liberdade e obrigação de circular por uma extensa faixa, em regra a central, próximo aos volantes adversários. Se não fosse por essa movimentação, aliás, essa região do gramado seria terra de ninguém. Mesmo voltando para buscar o jogo, se descabelando, Willian não teve com quem jogar, uma vez que os volantes não apoiaram (Jucilei preso como primeiro homem é um desperdício danado) e os wingers não entraram em diagonal (nem mesmo o destro Shatov).



Isso tudo até os 22 minutos do primeiro tempo. Willian, logo ele, sentiu alguma coisa e foi substituído pelo centroavantão Traoré. Dessa forma Traoré foi fazer a do Eto’o (ainda que com menos mobilidade), e Eto’o foi fazer a do Willian. Tanto antes quanto depois da alteração, todavia, apenas um lance foi criado (chute de Eto’o aos 39) na fraca primeira etapa (uma única finalização). Os donos da casa não conseguiram desenlear as obedientes e compactadas linhas alvinegras, e as equipes foram para o intervalo no zero a zero.

Na etapa final o Anzhi bem que tentou. De fato, melhorou. Diarra deu mais opção aos companheiros, Eschenko começou a subir pelo corredor direito, Shatov apareceu por dentro, Eto'o desferiu uns três arremates, porém poucas chances claras e efetivas foram construídas. No fim das contas o zero a zero foi ruim mas não horroroso para o time de Makhachkala, por não ter sofrido gol em casa. O duelo de volta dessa oitava de final da Liga Europa está marcado para o dia 14 de março, quinta que vem, no St. James’ Park.

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Quem melhor se reforçou?

Não quero brincar de oportunista por causa do resultado desta quarta-feira, no Engenhão (não vi o jogo). Mas me ocorreu que, ao contrário dos rivais brasileiros na competição, o Fluminense não contratou nenhum titular de ofício.

Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Deco e Jean; Wellington Nem, Fred e Thiago Neves. Apesar das variações táticas (4-2-3-1, 4-3-3, 4-4-2), no fim das contas é esse o onze inicial do campeão brasileiro de 2012 na Libertadores de 2013.

Quanto ao vice-campeão brasileiro, um novo nome de peso, velho conhecido da torcida: Diego Tardelli. Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete; Diego Tardelli, Ronaldinho, Bernard; e Jô. Em regra, distribuídos no 4-2-3-1.



Quando pensamos no São Paulo, entra em campo um asterisco: Paulo Henrique Ganso. Praticamente não jogou no ano passado, porém foi contratado em 2012, acabou estreando em novembro contra o Náutico. Hoje, encontra-se no banco, por decisão de Ney Franco. Portanto, pode-se dizer que somente Lúcio (e Aloísio?) entram na categoria "novos titulares". Que no caso do tricolor paulista, no 4-2-3-1, são Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Toloi e Cortez; Wellington, Denilson; Aloísio, Jadson, Osvaldo; e Luis Fabiano.

Já o alvinegro da mesma cidade, dono dos cinturões do continente e do planeta, investiu alto (e certeiro). Renato Augusto, Alexandre Pato e Gil. Gil, aliás, deu sorte porque Chicão se machucou e ele logo entrou na equipe. Renato e Pato tiveram de esperar um pouco mais, mas hoje ("demorou") já são considerados titulares. No 4-4-2 em linha o Corinthians alinha Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Renato Augusto, Paulinho, Ralf e Danilo; Guerrero e Pato.

Fluminense contratou nem um titular, Atlético um, São Paulo dois (com Aloísio), Corinthians três, e Grêmio... cinco. Nada menos que cinco atletas chegaram a Porto Alegre com vagas garantidas, nem precisou de flanelinha. São eles: Dida, Cris, André Santos, Vargas e Barcos. A força máxima que bateu o Flu e o Caracas com muita autoridade, e que tem tudo para crescer no torneio, atende por Dida; Pará, Werley, Cris e André Santos; Elano, Fernando, Souza e Zé Roberto; Vargas e Barcos (4-4-2 em linha).

Com todo respeito à entidade, à torcida, à comissão técnica, aos jogadores e aos cartolas, nessa Libertadores o Palmeiras é meio que café com leite - pura e simplesmente em função do processo delicado de transição pelo qual tem atravessado (rebaixamento, reformulção dentro e fora das quatro linhas, etc). Ainda assim, para registro, cinco (e Souza?) são os novos titulares: Fernando Prass, Weldinho, Marcelo Oliveira, Vilson e Kleber. No 4-2-3-1 'torto', como define André Rocha (valeu pelos links!), Prass; Weldinho, Henrique, Maurício Ramos e Marcelo Oliveira; Vilson, Márcio Araújo; Welsey, Valdivia, Vinicius; e Kleber.

É pretensão demais querer afirmar que esse é o onze desse, aquele é o onze daquele, que fulano é banco e beltrano é titular absoluto. Eu sei. Contudo a essa altura do campeonato (estamos na 3ª rodada da fase de grupos) talvez já seja possível identificar a preferência dos treinadores.

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quarta-feira, março 06, 2013

Mergulhado na Libertadores

Zé Roberto. O nome do jogo. Sem dó nem piedade afundou o Caracas com dois gols, nesta terça, na Arena. Werley, o zagueiro-artilheiro, e Barcos, o capitão da tripulação tricolor dentro das quatro linhas, também balançaram as redes (4 a 1).

Tenho consciência de que seja prematuro, imediatista e irresponsável afirmar isso a essa altura do campeonato. E de que a probabilidade de eu queimar a língua é bastante alta. Contudo, baseado nos elencos – quantidade e qualidade – e nas comissões técnicas, hoje vejo apenas um time capaz de bater o Corinthians no mata-mata: o Grêmio.



O que pode pesar contra os comandados de Luxemburgo é o curto tempo de vida. É a falta de entrosamento. Dida, Cris, André Santos, Vargas e Bacos chegaram nessa temporada. Estamos falando de cinco titulares. Sincronia não se adquire da noite pro dia. Porém não há como negar que as exibições contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, e contra o Caracas, em Porto Alegre, lavaram a alma dos tricolores gaúchos (noves fora o balde de água fria nos concorrentes).

Experiência de sobra sob a trave, um zagueiro forte na jogada aérea (Cris nem tanto), um lateral agudo no apoio (Pará nem tanto), dois volantes que transbordam fôlego, que defendem e atacam com a mesma eficiência, dois meias (em ótima fase) rodados e dotados tecnicamente, um atacante veloz e habilidoso, outro completo e goleador. Some a esse onze um banco de reservas de respeito e um treinador sedento pelo título que lhe falta, e está composta a receita duma bela campanha.

Claro que qualquer um pode morrer no mata-mata. Estamos falando de futebol. Em 180 minutos tudo pode acontecer, independente de quem esteja do outro lado do campo. Entre os integrantes brasileiros, no entanto, a evolução gremista dentro da competição está nitidamente à vista - a exemplo da alvinegra liderada por Alexandre Pato e Renato Augusto. O que não quer dizer que Fluminense, Atlético, São Paulo e Palmeiras irão morrer na praia, pois ainda há muita água para passar debaixo da ponte.

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terça-feira, março 05, 2013

A caminho da décima

Estranhei mas entendi a escolha de Ferguson. Giggs, Welbeck e Nani no onze inicial indicaram a estratégia, mais do que legítima, adotada pelo treinador: o contra ataque. Em vantagem no placar (1 a 1 na ida), o Manchester United teve em tese qualidade nos lançamentos com seu camisa 11, e velocidade na condução da bola com o 17 e o 19 (peças para contra golpear). A qualidade de Rooney é incontestável, porém sua reserva foi, vá lá, compreensível.

O panorama do primeiro tempo, portanto, foi o visitante mais tempo com a posse, enquanto o mandante se defendeu, engatilhado para contra atacar – a exemplo da partida do Santiago Bernabéu. Quanto aos duelos individuais do meio campo, Welbeck marcou Alonso, Cleverley pegou Khedira, e Carrick vigiou Özil (embora o 10 merengue caísse bastante pela meia direita, onde era cercado pelo 23 dos Red Devils; e Carrick estivesse mais preocupado com a cobertura de Cristiano Ronaldo).



Na segunda etapa o desenho foi outro, sobretudo por causa da expulsão de Nani aos 12 minutos. Com Kaká no gramado (Di María sentiu antes do intervalo e saiu), Özil na ponta direita, Khedira na lateral direita e Modric segundo volante, os blancos se impuseram tática, técnica e numericamente. As compactas duas linhas de quatro com Welbeck e Giggs nas extremas e Van Persie na frente não foram suficientes para evitar a virada (gols de Modric e Cristiano Ronaldo).

Com sua terceira alteração, Mourinho se preveniu e matou qualquer fio de esperança que pudesse existir no Old Trafford: colocou Pepe na lateral direita, retornou Khedira à meia cancha, ao lado de Alonso, abriu Higuaín na beirada e deixou CR7 na referência do ataque. No fim das contas, 2 a 1 para o Madrid, talvez o grande favorito à taça da Champions League 2012/13 (se consumada será a décima do clube espanhol). Agora é aguardar pelo sorteio das quartas de final.

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A linha de três de 2014

Lucas faz aniversário em agosto. Mas podemos dizer que durante a Copa do Mundo, entre junho e julho de 2014, ele, Oscar e Neymar terão 22 anos. Indiscutivelmente um trio muito talentoso, porém jovem. Logo a questão que fica é: terão eles quilometragem para disputar como gente grande um torneio dessa magnitude?

Honestamente, creio que sim. Ao final do primeiro semestre de 2014 Oscar terá 2 anos de Chelsea no currículo, recheado de jogos pela fortíssima Premier League, pela Champions League, pela Liga Europa, e por aí vai. Já Lucas terá um ano e meio de PSG. Tudo bem que o Francês não é tão puxado quanto o Inglês, contudo se trata de um campeonato com atletas de várias partes do planeta, algo que agrega experiência internacional (sem falar na Champions).

Caso permaneça no Santos até lá, Neymar não terá vivido a aventura europeia. Um ato falho sob o ponto de vista da Seleção. Na mais "otimistas" das previsões, ele vai agora em agosto e acumula uma temporada na Europa antes da bola rolar na Arena do Corinthians. Se for agora em agosto (para o Barcelona, por exemplo), terá à altura da Copa experimentado 10 meses da elite do futebol mundial. Caso permaneça no Brasil, todavia, sua evolução será mais lenta. Ainda assim, trata-se do Neymar, né.



Embora venha sendo utilizado por Benítez pelas beiradas do 4-2-3-1 do Chelsea (com Di Matteo atuava por dentro), Oscar nasceu para o corredor central. É flutuando pela faixa central que ele consegue ser mais produtivo ao time. É por ali que ele ajuda os volantes, dialoga com os dois pontas, encosta no centroavante, infiltra-se na área, dita o ritmo e distribui o jogo com classe e categoria. Tem visão, tem passe, tem arremate. Completo.

No PSG de Ancelotti, Lucas é o right-winger. É o extremo-direito do 4-4-2 em linha adotado pelo treinador italiano (veja aqui). Perdeu um pouco da liberdade dos tempos de São Paulo para atacar, no entanto tem aprendido a trabalhar sem a bola e a recompor o flanco destro com eficiência. Apesar dos compromissos defensivos, ele funciona como a válvula de escape da equipe francesa, a peça-chave do contra-ataque. Por conseguinte, na Seleção, na ponta direita do 4-2-3-1 de Felipão, Lucas pode fazer algo semelhante (com Oscar por dentro e Neymar, claro, na ponta esquerda).

Partindo do princípio que essa será a linha de três na Copa do Mundo, talvez seja preciso injetar mais vivência ao redor dela. Talvez na dupla de volantes, com caras cascudos, que saibam jogar com a bola no pé. Até para aproveitar o entrosamento de Chelsea, David Luiz e Ramires poderiam fazer esse dueto, atrás de Oscar. Por sinal, pelo miolo do meio campo a Seleção contaria com três atletas do mesmo clube – o que, em tese, seria ótimo.

Quanto ao centroavante, todos estão carecas de saber que minha alternativa tem nome e apelido: Alexandre Pato. Atacante jovem, é verdade. Contudo soma 5 anos de Itália. E tecnicamente é superior a qualquer outro (Fred, Luis Fabiano, Leandro Damião, Luiz Adriano, etc). Se tiver sequência, sem dúvida a nove será dele.

Mas não quero desviar o foco desse post, que mira a linha de três, e não a dupla de volantes ou o centroavante. Em relação aos volantes e ao centroavante, são necessários posts à parte. Nesse, a pergunta é: Lucas, Oscar e Neymar terão cancha e bola para serem titulares em 2014? Evidente que tem muita água para rolar, nem sou vidente. Entretanto, para não ficar em cima do muro, aposto que sim.

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sexta-feira, março 01, 2013

A exceção pode virar regra

Deve, eu diria. Na noite desta quinta-feira, diante do Strongest, no Morumbi, meio sem querer querendo Ney Franco encontrou o onze ideal do São Paulo. Só não sei se ele sabe disso, nem se concorda comigo. Mas sei que muitos vão discordar e questionar: "E ninguém marca nesse time?!" E eu vou responder: todos marcam nesse time.

Com o 1 a 1 no placar, o treinador tricolor fez duas trocas pertinentes no segundo tempo. Primeiro sacou Denilson para colocar Ganso, e depois tirou Aloísio para botar Cañete. Com a primeira, inverteu o triângulo do meio campo. Ao invés de jogar com dois volantes e um meia, passou a atuar com um volante e dois meias, no mais clássico dos 4-4-3's. Com a segunda, passou a contar com um atleta que tem facilidade para trabalhar longe da área - algo que Aloísio não tem tido até o momento.



"Mas, Carlão, quem marca nesse time?!" Simples: os caras da linha, do lateral-direito ao ponta-esquerda. Porque futebol é a ocupação inteligente dos espaços. Se a equipe estiver sincronizada e bem distribuída no esquema tático adotado pelo técnico, a presença de cães-de-guarda que sabem jogar apenas sem a bola no pé se faz desnecessária. "Mas Ganso não corre, anda!" Bom, não foi isso o que se viu na segunda etapa da partida contra os bolivianos, em especial no gol de Luis Fabiano, quando ele se infiltrou na área para receber o passe de Cañete e tocou para o camisa 9 empurrar pra rede.

Com Jadson e Ganso lado a lado (e Cañete na ponta direita), aliás, o São Paulo tem totais condições de propor o ritmo do jogo. Baseado na troca de passes paciente, à espera da hora certa de buscar a enfiada, o time treinado por Ney Franco pode ter na manutenção da posse de bola seu ponto forte (sem perder a velocidade de Osvaldo, etc, etc). Para que isso se desenvolva, porém, a escalação tem de ser repetida frequentemente, para que o entrosamento e a confiança floresçam.

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